domingo, 3 de maio de 2009

Enervados mas não resignados...

O Farense jogava na tarde de hoje uma cartada importante na luta pela promoção, jogando no mítico São Luís com o actual segundo classificado, Atlético de Reguengos, com o qual ainda não havia vencido esta época. Num jogo que se antevia muito difícil, foi notório o clima de esperança reinante nas hostes farenses, fruto da boa casa que se registou e mais que isso da cumplicidade que os adeptos têm com a equipa, fazendo lembrar tempos não muito distantes, onde a formação da capital algarvia ombreava com os melhores emblemas nacionais. Apesar das cinco vitórias consecutivas em casa e também da invencibilidade do Farense nesta fase de subida, os Leões de Faro não conseguiram melhor que um empate, que, dadas as circunstâncias até foi positivo, como frisou António Barão em declarações à imprensa após a partida.

Numa primeira parte equilibrada, acabou por entrar melhor no jogo a equipa do Reguengos, que se apresentou no bem tratado relvado do São Luís, rápido sobre a bola, obtendo assim maior supremacia a meio campo e desfrutando de lances de bola parada que iam atormentando a baliza defendida por Gonçalo. Passados os primeiros dez minutos o Farense tentava então equilibrar a balança mas sempre denotando dificuldades na troca de bola e na transposição defesa-ataque, com o esférico a ser jogado muitas vezes pelo ar, o que nada beneficiava o espectáculo. Aos 13 minutos pareceu-nos que um atleta do Reguengos teria sido tocado em falta no interior da área algarvia, ao qual o árbitro não correspondeu, acumulando ao longo da partida mais alguns erros de avaliação, muitos deles também em prejuízo do Farense, com algumas faltas de análise discutível. Sem o Farense estar a jogar bem, demonstrava ainda alguma passividade na defesa, coleccionando algumas hesitações no sector mais recuado, pelo que foi dessa forma que Ben, um dos jogadores mais perigosos da equipa adversária, inaugurar o marcador pouco depois da meia hora, pondo alguma justiça no marcador. O Farense aos poucos foi tentando sair do colete de forças a que estava submetido e dispôs duma boa ocasião, quando aos 35 minutos, Carlos Neves proporcionou a Panaça uma bela defesa a um seu cabeceamento nas imediações da pequena área. Só desta forma os Leões de Faro conseguiam criar perigo, perante a equipa alentejana que ia fazendo do contra ataque a sua maior arma.

Na segunda parte esperava-se uma outra postura do Farense, e António Barão percebeu o que tinha de fazer, recuando Rui Graça para a defesa e proporcionando a entrada de dois homens frescos, um para construir jogo a meio campo e outro (Della Pasqua) para se juntar a Bruno e assim ter mais poder de fogo na frente. Notava-se que um dos maiores problemas do Farense era a inferioridade a meio campo, onde apenas Barão tentava construir jogo e circular a bola, o que prejudicava a fluidez na dinâmica ofensiva. Por esses instantes podia mesmo o Reguengos ter morto a partida, num lance em que Ben apareceu isolado diante de Gonçalo, proporcionando a este uma defesa com as pernas, à passagem dos 54 minutos. Apesar das alterações nem sempre o Farense conseguiu por esse novo plano prática, demonstrando muito nervosismo e ansiedade, penalizadores para uma equipa que tinha que inverter um resultado adverso e que também enfrentava a manha do Reguengos, useiro e vezeiro a queimar tempo em supostas faltas e reposições de bolas em jogo. Os alentejanos, ao contrário de algumas equipas que já passaram por Faro, demonstrava uma boa capacidade física, e nem mesmo o aumento de ritmo do Farense na parte final os incomodou verdadeiramente, tendo os algarvios contado pelos dedos as genuínas oportunidades de golo, com destaque para Bruno que aos 82 minutos perderia uma bela chance, desmarcado na grande área e efectuando um chapéu que embateu no travessão da baliza do Reguengos. Após esse lance gerou-se um clima de muita crispação junto ao banco dos alentejanos, com epicentro no treinador Jorge Vicente que foi ao longo da partida um verdadeiro agitador de ânimos, avivando ainda mais as sensibilidades do público algarvio na recta final da partida. Seria neste contexto que o Farense chegaria à igualdade, sobre os 90 minutos, causando uma enorme explosão no vulcão do São Luís, como há muito não se via, deixando no ar ainda a sensação de que nos últimos cinco minutos se poderia assistir a uma reviravolta no marcador. A verdade, é que sem jogar bem, o Farense comandou as operações no últimos 20 minutos da partida, encostando o adversário às cordas mas manifestando pouco discernimento na hora de rematar, pelo que o resultado acaba por se ajustar e deixa tudo em aberto para as últimas cinco jornadas, onde as quatro equipas da frente partem com expectativas elevadas de garantir a subida.

Camp. Nac. 3ª Divisão, Série F, 5ª Jornada Fase Subida
Estádio de S. Luís (Faro)
Assistência: 1400 pessoas
16 horas, 03/05/2009
Árbitro: Pedro Silva (Lisboa)
FARENSE 1-1 ATLÉTICO REGUENGOS

(90+2 mn, por David Justo, fruto dum pontapé cruzado de pé direito, fortíssimo, que o guardião alentejano Panaça foi impotente de defender)
(31 mn, por Ben, que invadiu a área pela esquerda, ultrapassando dois ou três defesas algarvios, rematando rasteiro e cruzado para junto do poste mais distante da baliza do lado do pavilhão)

Farense: Gonçalo; Cannigia, Hernâni (Luís Afonso, 55mn), Carlos Neves, Wilson; Rui Graça, Zé Nascimento (Della Pasqua, 53mn), Barão (Dinis, 70mn), Justo, Pintassilgo, Bruno. Treinador: António Barão

1 comentário:

  1. Boas!!

    Sou adepto do Portimonense, mas apoio todas as equipas do Algarve e espero que o Farense e o Louletano subam à II Divisão!!

    Vejam o meu blog:
    http://geoalj.blogspot.com/

    Classificações e resultados das equipas algarvias e tudo sobre os New Orleans Hornets!

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